sábado, 18 de abril de 2009

Cuidado com o que sai pela boca: palavras são setas nas mãos de um arqueiro infalível e chegam sem erro ao alvo.



Gladis Maia

A força destruidora da praga ou maldição depende fundamentalmente do grau de sua
veemência odiosa e do vínculo psíquico
que existe entre a pessoa que amaldiçoa
e a que é amaldiçoada.Swami Sri Ramatis,
in Magia de Redenção.


As pessoas não imaginam, nem de longe, o valor que as palavras possuem, nos ensina Ramatis. Se o homem moderno soubesse o poder devastador que certas expressões, certas frases e “discursos”, possuem sobre a sua existência, certamente seria mais econômico no falar e cuidadoso no pensar.

A palavra lançada mescla-se com a natureza, com os pensamentos e com os sentimentos de quem a produz, formando assim o núcleo psíquico da sua intencionalidade. As suas vibrações possuem grande poder de imantação, agindo sobre o pensamento e a emoção. Uma vez lançada no ambiente, a palavra é capaz de absorver as vibrações semelhantes do entorno, autopotencializando-se.

Não é preciso ser um mago para concentrar a desgraça na palavra que maldiz o próximo. Basta ser um homem perverso! È claro que há uma diferença entre uma “praga” e maldições forjadas da "boca pra fora", coisa até de certa forma comum entre mortais, pois são instintivas... Tipo quando alguém bate com o dedão do pé numa pedra, é “fechado” no trânsito, coisas desta natureza... Porém a maldição consciente é força tão diabólica, que arrasa a vítima indefesa e massacra o seu próprio autor imprudente, diz Ramatiz.
Segundo a intensidade, a significação e o motivo pelo qual a palavra foi proferida, ela pode impregnar-se de substâncias sutis, que estão presentes em objetos, animais ou pessoas, potencializando a sua vibração interna, aumentando o efeito que originalmente se intentou produzir.

A movimentação de forças através do "verbo" é maravilhosamente criadora. E isso do que estamos falando não é “bruxaria”, “ignorância” ou “crendice”, como querem fazer crer alguns. A Física Quântica há muito vem demonstrando isto!
Além disto, a palavra pode estender seus efeitos para muito além das estruturas materiais. Ela pode constituir-se em agente mágico, sendo o instrumento de permuta de energias sutilíssimas entre os homens.

Segundo as mais antigas tradições ocultistas, o verbo é vibração perene. Conforme o propósito e a intensidade da vontade do mago, a palavra lançada produz a convergência de forças repulsivas ou atrativas.

Mas como a palavra pode desencadear maldições, tornar-se obstáculo para o progresso de indivíduos ou aglutinar energias desintegradoras e nefastas nos ambientes?

Ramatis diz que tudo é questão de vontade, sintonia e direcionamento mental. Paracelso também concordava com isso quando afirmava que através de apenas uma vontade ardente, mesmo desprovido de uma espada há quem seja capaz de ferir e matar outras pessoas.

Se considerarmos o que foi delineado acima, não custa nada seguirmos os conselhos apresentados nas cartilhas que falam do poder das palavras em nossa vida diária e que nos alertam:

Cuidado com a palavra NÃO. A Frase que contém NÃO, para ser compreendida, traz à mente o que está junto com ela. O NÃO existe apenas na linguagem e não na experiência. Por exemplo: pense em NÃO... Não vem nada à mente, não é? Agora, se eu disser, não pense na cor vermelha... Você provavelmente pensou! Então, procure falar somente o que quer e não o que não quer.

Cuidado com a palavra MAS, que nega tudo que vem antes. Por exemplo: O Pedro é um rapaz inteligente, esforçado, MAS...". Substitua o MAS por E, quando for indicado.

Cuidado com a palavra TENTAR, que pressupõe a possibilidade de falha incluída. Por exemplo: "Vou tentar encontrar com você amanhã às 8 horas". Em outras palavras: Tenho grande chance de não ir, pois vou "tentar". Evite TENTAR, FAÇA!

Cuidado com NÃO POSSO ou NÃO CONSIGO, que dão idéia de incapacidade pessoal. Use NÃO QUERO, NÃO PODIA ou NÃO CONSEGUIA, que pressupõe que vai conseguir, que vai poder.

Cuidado com as palavras DEVO, TENHO QUE, PRECISO que pressupõem que algo externo controla a sua vida. Em vez delas use: QUERO, DECIDO, VOU.
Fale dos problemas ou das descrições negativas de si mesmo utilizando o VERBO NO PASSADO. Isto libera o presente. Por exemplo, "Eu tinha dificuldade em fazer isto..."

Fale das mudanças desejadas para o futuro, utilizando o TEMPO PRESENTE DO VERBO. Por exemplo: em vez de dizer "Vou conseguir", diga: "Estou conseguindo".

Substitua o SE por QUANDO. Por exemplo: em vez de falar "Se eu conseguir ganhar dinheiro vou viajar", fale "Quando eu conseguir ganhar dinheiro vou viajar".

Substitua ESPERO por SEI. Por exemplo: em vez de falar "Eu espero aprender isso", diga "Eu sei que vou aprender isso". ESPERAR suscita dúvidas e enfraquece a linguagem.

Substitua o CONDICIONAL pelo PRESENTE. Por exemplo: Ao invés de dizer "Eu gostaria de agradecer à presença de vocês", diga "Eu AGRADEÇO a presença de vocês". O verbo no presente fica mais forte e concreto.
E lembre-se: sermões e críticas provocam distância e ressentimento. Sempre! Orientar é diferente de criticar e culpar. As pessoas aprendem mais com o elogio do que com a crítica. As palavras de elogio porém, devem refletir uma imagem realista de realizações, o reconhecimento do esforço, respeito e compreensão.

Todas as palavras devem ser sempre verdadeiras e congruentes com os sentimentos. É preciso lidar sempre com os sentimentos associados às palavras.

Ter paciência é fundamental, isto não significa esconder os sentimentos, nem mesmo a raiva. É possível expressar o desagrado sem rótulos ou acusações.

Respeito é fundamental, mesmo quando nosso semelhante faz ou diz algo errado, ou politicamente incorreto.Lembrem-se que há adultos que não esqueceram ainda que foram chamados na meninice de gordos, feios, burros e outros adjetivos pejorativos pelos pais ou professores.... Pense nisso! Cuidado com suas palavras que elas acabam atingindo todo mundo, pois afinal somos todos um! Sei que nos veremos! Namastê!