domingo, 13 de junho de 2010

BONS PROFESSORES SÃO MESTRES TEMPORÁRIOS, PROFESSORES FASCINANTES SÃO INESQUECÍVEIS


“...Os professores do mundo todo estão adoecendo coletivamente. Os professores são cozinheiros do conhecimento, mas preparam o alimento para uma platéia sem apetite. Qualquer mãe fica um pouco paranóica quando seus filhos não se alimentam. Como exigir saúde dos professores se seus alunos não se alimentam? Como exigir saúde dos professores se seus alunos têm anorexia intelectual? É por causa da saúde deles e de seus alunos que a educação tem de ser reconstruída.” Augusto Cury


          Augusto Cury em Pais brilhantes & Professores fascinantes comenta que a tarefa de educar se compara a de um artesão da personalidade, um poeta da inteligência, um semeador de idéias, mesmo que a Educação esteja passando por uma crise sem precedentes na História da humanidade. Num contexto onde somos ao mesmo tempo criadores e vítimas do sistema social que inventamos, numa sociedade onde o ter e não o ser , a estética e não o conteúdo, o consumo e não as idéias são o mais importante, mais do que nunca os educadores, apesar de suas dificuldades, são insubstituíveis. A gentileza, a solidariedade, a fraternidade, a ética, a tolerância,a inclusão, os sentimentos altruístas, enfim, todas as áreas da sensibilidade não podem ser ensinadas por máquinas, e sim por seres humanos, por mais que a tecnologia venha a se superar.
         Dentre as incumbências de um professor fascinante, está a de educar a emoção, estimulando o pensar antes de reagir,o não ter medo de ter medo, incentivando o aluno a ser autor de sua história, sabendo filtrar os estímulos estressantes e trabalhando não apenas com fatos lógicos e problemas concretos, mas também com as contradições da vida. Assim agindo poderemos poupar lágrimas,evitar doenças psíquicas e até suicídios.Não teríamos os psicopatas, os insensíveis, que machucam e não medem as conseqüências dos seus atos, por que nada sentem... Os hipersensíveis, que se doam além dos limites, mas que não possuem proteção emocional para si mesmos. Os alienados, que não ferem, mas no entanto não querem nada com nada, sem metas, sem futuro, sem sonhos, deixam-se levar pela vida....
          A escola não tem conseguido educar a emoção, Precisamos formar jovens que tenham uma emoção rica, protegida e integrada.
Além de educar a emoção, precisamos ensinar os alunos a serem pensadores e não repetidores de informação. A educação clássica, transforma a memória num banco de dados, ocupando um espaço precioso com informações de pouco uso ou mesmo inúteis. Um bom professor se preocupa com as notas dos seus alunos, já um professor fascinante se preocupa em tranformá-los em engenheiros de idéias.
Cury alerta que os professores - sempre tendo em mente a SPA , Síndrome do Pensamento Acelerado – deverão também proteger sua emoção diante dos conflitos dos alunos. A melhor resposta nestas horas é não dar resposta alguma. É o silêncio! Respire fundo e surpreenda a classe com gestos inesperados. Leve-os, com suas palavras e coração aberto a pensar, a mergulharem dentro de si. Não é fácil, mas é possível! Com a emoção tensa fecha-se o território de leitura da memória, obstrui-se a construção de cadeias de pensamento e agimos por instinto, não com a inteligência, mas como animais.
Leve seus alunos a explorarem o desconhecido para não terem medo do fracasso, mas somente medo de não tentarem. Novas experiências propiciam crescimento intelectual e geram flexibilidade, Só não muda de idéia quem é incapaz de produzi-las. Professores fascinantes são promotores de auto-estima. Dão atenção especial aos alunos tímidos, aos desprezados pelo grupo, pois percebem que estes poderão ficar encarcerados em seus traumas.
                       E ATENÇÃO...
Cury aponta 7 pecados capitais cometidos entre os educadores. Corrigir publicamente um aluno é o primeiro deles, porque pode gerar um trauma inesquecível que controlará a vítima por toda a sua vida. A pessoa que erra deve ser mais valorizada do que o erro. O segundo pecado é expressar autoridade com agressividade. O terceiro é ser excessivamente crítico, o que obstrui a infância ou adolescência. Punir quando se está com raiva e colocar limites sem dar explicações é o quarto pecado. O quinto, é ser impaciente ou desistir de educar, não acreditando nas potencialidades do aluno. Os alunos insuportáveis é que testam o nosso humanismo, pois por trás de cada aluno arredio ou agressivo há uma criança implorando afeto. O sexto pecado é não cumprir a palavra dada. Perde-se a confiança e confiança perdida dificilmente é restaurada... E o sétimo, e maior pecado cometido pelos educadores, na concepção de Cury, é a destruição da esperança e dos sonhos dos nossos alunos.
Os jovens que perdem a esperança têm enormes dificuldades para superar seus conflitos, por menores que sejam. Os que perdem seus sonhos são opacos, não tem brilho, gravitam em torno de suas misérias emocionais e nada produzem. Não esqueçamos que, como canta Augusto Cury, “Os psiquiatras, os médicos clínicos, os professores e os pais são vendedores de sonhos. Uma pessoa só comete suicídio quando seus sonhos se evaporam, sua esperança se dissipa”. Sejamos, pois, conscientes do que vendemos nas nossas salas de aula ... Pensem nisso! Namastê!