segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Não importa o que façamos a uma criança, desde que todas as nossas atitudes para com ela sejam corretas



Gladis Maia

Quando estou meio decepcionada por não ver meus sonhos relativos à Educação andarem por si só, gosto de reler Neil: Alexander Sutherland Neil. Especialmente o livro citado na epígrafe deste artigo! Nele, encontro alento para continuar bradando minhas e suas idéias. Trata-se de um relato sobre a Escola de Summerhill, fundada no Reino Unido, em 1921, por este escritor, jornalista e educador britânico, licenciado em Letras, nascido na Escócia, em 1883 e que viveu entre nós até 1973.

Neil propunha que as crianças e os jovens devem ser estimulados a aprender em um ambiente de liberdade e de responsabilidade. Muito do que ele prega é certamente controverso e é rotulado como heresia, por quem gosta de comandar com ferro e fogo. Entretanto, um dos mais importantes ensinamentos que ele nos deixou, é o respeito integral ao aluno, respeito às suas diferenças.
Summerhill, antes de tudo, é uma escola onde - ela ainda funciona, mesmo depois da sua morte - se respira liberdade e as crianças são confiantes e felizes. Liberdade não significa licenciosidade, o respeito deve ser mútuo. Um professor não tem o direito de exercer força contra uma criança, nem a criança tem o direito de usar de força contra o professor. Ela não tem o direito de impor-se aos adultos só por ser uma criança, nem pode suportar as pressões que, de várias maneiras, lhe impõem o mundo adulto.

Erich Fromm, no prefácio da obra, posiciona-se a favor da liberdade para as crianças, embora ela tenha sido quase sempre pervertida, ao longo dos tempos. Segundo ele, para entendermos a natureza da liberdade é necessário que estabeleçamos a diferença entre autoridade manifesta e autoridade anônima. A primeira é exercida direta e explicitamente; quem a exerce fala com franqueza com a pessoa que lhe está submetida. Já a autoridade anônima acontece num clima de faz de conta que não há autoridade, que tudo é feito com o consentimento de quem obedece.

Antigamente, na maioria das Escolas, a autoridade manifesta usava inclusive a força física e hoje a maioria dos professores empregam a manipulação psíquica.
A modificação da autoridade manifesta do século XIX, para a autoridade anônima do século XX, foi determinada pela necessidade de organização da sociedade industrial. O sistema acaba criando homens com gostos padronizados, que podem ser influenciados facilmente, cujas necessidades podem ser conhecidas antecipadamente, porque foram inculcadas e geradas pelo próprio sistema. Embora pareça, a autoridade não desapareceu, nem perdeu o vigor, apenas foi transformada de manifesta em anônima, de persuasão, de sugestão, auxiliada primorosamente pela mídia.

Na escola não é diferente, os mesmos artifícios são usados na Educação. A criança é forçada a engolir a pílula, só que agora açucarada! Pais e professores têm confundido a autêntica educação, despida de autoritarismo, com educação por meio de persuasão e coação ocultas.

Fromm levanta uma série de princípios da Escola de Summerhill, onde a autoridade não mascara um sistema de manipulação, porque Neil mantém a fé inquebrantável na bondade da criança, acredita que ela não nasce deformada, covarde, nem autômata, destituída de alma, e sim com um enorme potencial para amar a vida e por ela interessar-se. Para ele a Educação deve visar, acima de tudo, a felicidade, e a felicidade implica em estar interessado na vida, atender ao seu apelo com toda a personalidade, não apenas com o cérebro.

O desenvolvimento intelectual não é o bastante. A educação deve privilegiar, além disso, o emocional, por isso devendo estar entrosada com as necessidades psíquicas da criança.
Em Summerhill os alunos não são obrigados a freqüentar as aulas, mas uma vez que se decidam por freqüentá-las, são obrigados a manter a disciplina e a respeitar aos seus colegas e professores. Segundo Neil, perde-se muito tempo forçando crianças a freqüentar aulas antes do tempo, quando seus interesses e atividades não condizem com estar sentado em uma sala de aula, reprimindo sua natural energia e vontade de explorar o mundo com suas próprias mãos. Crianças de sete a dez anos raramente se interessam em assistir aulas, porém o tempo supostamente perdido é rapidamente recuperado quando se decidem a freqüentá-las.

Nas palavras do educador: “Logicamente,Summerhill é um lugar onde as pessoas que têm habilidade inata e desejo de se fazerem eruditas, serão eruditas, enquanto as que apenas, sejam capazes de varrer ruas, varrerão ruas, mas, até agora ( 40 anos depois da sua fundação), não produzimos nenhum varredor de ruas. Não escrevo isso para me dar ares, pois antes ver a escola produzir um varredor de ruas feliz do que um erudito neurótico”.

A Escola é administrada pelos próprios alunos que, em assembléias semanais, decidem as regras do seu funcionamento. Não raro, crianças com apenas sete anos são líderes das assembléias e são respeitadas pelo grupo todo. Muitas teorias são feitas sobre o que uma escola deve ensinar, o que é outra das grandes tragédias da educação, segundo Neil, que acha que a humanidade está doente e essa doença decorre do tratamento repressivo que as crianças recebem numa sociedade patriarcal. Toda a criança tem direito à liberdade; um grupo de crianças normais se auto-regula, estabelecendo em conjunto as próprias normas; excesso de liberdade constitui licenciosidade, que consiste em ultrapassar os limites alheios.

Estou convicta de que Summerhill acerta em cheio ao propiciar meios para que seus alunos sejam confiantes e felizes. Aprender, o que quer que seja, fica muito mais fácil nestas condições. A função de uma criança é viver a sua própria vida, não a vida que seus pais ansiosos pensam que ela deve viver, nem uma vida de acordo com os propósitos dos educadores que pensam que sabem tudo e o que é melhor para seus alunos..

Que tal uma sociedade que conviva com o amor, a integridade e a solidariedade?


Gladis Maia

Possuir uma consciência humanista é ter a disposição para ouvir a voz de sua própria humanidade, independente de ordens dadas por qualquer outra pessoa. Erich Fromm, in a Revolução da Esperança.

A preocupação principal, ao longo dos tempos, tem sido o evitamento da loucura, afora isto, o homem tem podido optar: por uma vida entesourada - acumulando o que considera valioso - ou de produção; pelo amor ou pelo ódio; pelo ser ou pelo ter. E ao optar por quaisquer dos valores o homem forma uma estrutura de caráter, no qual certas orientações são dominantes sobre outras, necessariamente, secundárias.

Segundo a Psicanálise, a maioria das pessoas gostaria de ser agressiva,competitiva, bem sucedida no mercado, apreciada por todos e - ao mesmo tempo, como se fosse possível – terna, amorosa e íntegra. Também gostaria de viver numa sociedade que valorizasse a cultura, a paz e os valores espirituais, além da produção e do consumo materiais, do poder militar e do político...

São idéias irreais, incongruentes! Na realidade, os traços bonitos só servem mesmo para encobrir os feios. Realizada a escolha, e retirada a fantasia, restam poucos valores que, pelo seu conjunto, não deixam dúvidas quanto à estrutura que preferimos, bem como o caráter que possuímos...

Fromm, no livro citado na epígrafe, explica que trazemos dentro de nós toda a humanidade e, por isso, somos, interiormente, tanto santos como criminosos, embora em graus variáveis. Nada do que percebemos em outra pessoa é diferente de nós mesmos! Precisamos nos libertar da estreiteza de nos relacionarmos apenas com a família e com alguns eleitos, porque conhecer a humanidade com empatia e compaixão exige que nos livremos dos laços tacanhos de determinada sociedade, cultura ou raça e que penetremos até as profundezas da realidade existente como um todo e na qual somos apenas humanos.

Se queremos bem aos nossos semelhantes, se somos verdadeiramente humanistas, devemos nutrir compaixão, por toda a humanidade, empatia e interesse. Ou seja: é preciso que nos abramos para vivenciar com os outros uma inter-relação onde experimentamos dentro de nós o que é experimentado pela outra pessoa, numa atitude relativamente constante de compreensão intelectual, emocional e sensual do mundo exterior, transcendendo nossos egos, abrindo-nos e interessando-nos por ela, como refere a palavra interesse, que vem do latim, e significa estar entre.

Para o conceituado humanista Erich Fromm, valioso e bom é tudo aquilo que contribui para o maior desdobramento das faculdades específicas do homem, favorecendo à vida. Negativo ou mau é tudo o que estrangula a vida e paralisa a atividade do homem. Segundo ele, todos os princípios das religiões humanistas, como os do Cristianismo, do Judaísmo, do Budismo ou do Islamismo, bem como os dos grandes filósofos humanistas – dos pré-socráticos aos pensadores da atualidade – convergem para valores tais como os de: amar ao seu próximo; buscar o conhecimento da verdade; e vencer a sua própria cobiça, constituindo assim metas comuns a todos os sistemas humanistas filosóficos e religiosos do Ocidente ao Oriente.

No mundo moderno, individualista, onde a ênfase é cada vez maior no ter do que no ser; no cada um por si e Deus por todos; onde o maior come o menor, faz-se mister que o homem mantenha como seu norte os valores humanistas para orientar suas ações e sentimentos.

Embora nos discursos dos políticos e nas pregações religiosas em geral se empreguem valores como o amor, a compaixão, a esperança, a ternura, a responsabilidade, a liberdade política e religiosa, na verdade os mesmos transformam-se apenas em ideologias, não sendo eficazes na motivação do comportamento humano.Na realidade os valores inconscientes que motivam diretamente o comportamento humano são aqueles criados no sistema social, entre nós, traduza-se por: valores de propriedade, de consumo, de posição social destacada, diversão, emoção, etc.

A atitude humanista tem conseqüências saudáveis e múltiplas. No domínio moral, conduz à tolerância para com seus semelhantes, respeitando-se suas singularidades. No domínio político e social, supõe que o progresso auxilie na constituição de uma sociedade mais humana, livre e igualitária, onde todos tenham direito a vez, ao voto e a voz, já que um dos princípios compartilhados pelos humanistas é a solidariedade de todos os homens e a lealdade para com a vida e a humanidade, que sempre devem preceder a lealdade à qualquer grupo particular. No domínio estético estimula a literatura a exprimir, com propriedade cada vez maior, a essência ideal do homem. E na filosofia reconhece na pessoa um valor sagrado.
Não nos iludamos porém que o homem seja considerado pela maioria como a medida de todas as coisas e que em geral ele próprio tenha a noção de conhecimento de si mesmo, sem antes estar preparado para tal.O homem só pode descobrir valores quando já atingiu um certo grau de desenvolvimento social e econômico, que lhe dê tempo e energia suficientes para refletir, para pensar exclusivamente para além dos seus propósitos simples de sobrevivência. Se ele não tem na mesa o pão para toda a sua família,fica muito difícil começar a pensar no vizinho próximo, quanto mais no distante...

Em tempos de selvageria capitalista como falar de verdadeiros princípios humanistas e não ser encarado como um louco sonhador? Se todos temos o direito de viver com as condições básicas necessárias à vida, como encarar a Etiópia, por exemplo, para não se falar de recantos brasileiros onde a economia governamental e a orientação religiosa permitem a existência da prostituição e do trabalho infantil?! Já tarda a hora de agirmos!!! Estamos às vésperas do individualismo vencer todas as batalhas... Amanhã, poderá ser tarde!

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Por que dedicar-se à Educação quando o professor não é valorizado nem mesmo socialmente?



Gladis Maia

A terra será o que são os seus homens. Provérbio Asteca.

Para o verdadeiro mestre, o ensino não é uma técnica, é uma forma de vida! A menos que se tenha um desejo ardente de ensinar, não se deve ser professor! É de suprema importância descobrir se possuímos este dom - ou não – por que, do contrário, vamos apenas zanzar à deriva nesta profissão como se ela constituísse apenas um meio, como outro qualquer, de ganhar a vida.O mestre de verdade, legítimo, é aquele que adoece de tristeza sem seus alunos, como os artistas que preferem morrer de fome antes de abandonar sua arte.

A verdadeira Educação começa com o educador, que deve conhecer a si mesmo e estar livre de padrões de pensamento pré-estabelecidos, porque, caso contrário, não conseguirá ensinar. Se o professor não recebeu uma boa e ampla educação, apenas poderá trabalhar com o conhecimento mecânico pelo qual foi educado. O problema maior nesta relação de trabalho, não está no aluno, mas nos pais e nos mestres. Um deles, bastante sério, é educar o educador!

E os pais? A maioria deles, infelizmente, ao se concentrar em seus próprios problemas, passa aos professores a responsabilidade e o bem estar de seus filhos, como se a tarefa fosse concernente à escola e só a ela. Muitos pais não estão interessados na atual deterioração da moral e da ética. Estão mesmo é preocupados com a possibilidade de seus filhos virem a encontrar, o mais breve possível, uma ótima colocação no mercado.

E, por isso, é importante que o educador se ocupe também de educar a esses pais. Deve falar-lhes, explicar-lhes que o caos mundial é reflexo da confusão individual de cada um de nós. Deve esclarecer-lhes, que o progresso científico, em si, não pode trair/atrair a troca radical de valores existentes ao longo dos séculos. Deve abrir-lhes a mente, para que compreendam que a Educação nunca foi - e nunca será - apenas isto: colocação no mercado de trabalho.

A verdadeira educação é uma tarefa mútua, que exige paciência, consideração e afeto. Condicionar o aluno a aceitar o ambiente prevalecente no mundo não pode conduzir ao desenvolvimento da inteligência. Estariam pais e professores amando às crianças e jovens quando ao educá-los fomentam a animosidade, através da competição e da ambição? Muitos pais induzem seus filhos por caminhos que conduzem aos conflitos e a dor, educando-os mal, com palavras e com o próprio exemplo de sua conduta.

Vivemos num tempo de total comunicação interplanetária em que, até mesmo, o nacionalismo conduz ao conflito.Vivemos num tempo em que, cada vez mais, em nome de religiões e ideologias, chegamos às guerras. E essa maneira alucinante forma de ver e viver a vida exige, cada vez mais amiúde, que os pais cuidem para que seus filhos não se fanatizem, em nome de dogma algum, por que as segregações têm conduzido o homem a uma infinidade de antagonismos, que não trazem nenhum benefício e só fazem crescer a luta armamentista.

Muitos pais querem que seus filhos sejam poderosos, que tenham maiores e melhores condições materiais, que tenham êxito na vida e não amor em seus corações, sem se darem conta, acredito, de que o culto ao êxito estimula o conflito e a miséria e de que amar aos filhos significa estar em completa comunicação com eles, se esforçando para que eles recebam uma educação que os torne sim: sensíveis, inteligentes e integrados. Integrados, e nunca adaptados a esse mundo do vale tudo, da Lei de Gerson. Para quem não lembra, é aquela que prega que “... a hora é de levar vantagem em tudo...”

A primeira coisa que um bom professor deve se perguntar é se está educando seus alunos para tornarem-se apenas peças de engrenagem desse liberalismo avassalador ou se tem tentado, pelo menos, despertar neles seres humanos integrados, criadores, que ameaçam aos falsos valores circundantes. A inteligência não tem nada a ver com passar em exames! A inteligência é a percepção espontânea que faz um homem forte e livre!

Infelizmente, todos somos vítimas de alguma classe de medo. E, como a bondade, o medo é contagioso... Mesmo que os temores do educador sejam ocultos, ele comunicará isto aos seus alunos e, mais dia menos dia, o contágio será visível. Não cabe a um bom educador - em nome da autoridade que é investido - ser autoritário. Da mesma forma ser frio, distante do aluno. Também é um erro deixar que se crie uma dependência afetiva entre ele e os alunos. Isto é prejudicial para ambos! Se pensamos com seriedade, em sermos verdadeiros mestres, não nos sentiremos satisfeitos com um dado sistema ou linha educativa, mas sim com todas, porque sabemos que nenhum método contempla o indivíduo em todas as suas miríades de facetas. Nenhum método sozinho prega a liberdade e a integralidade do indivíduo.

Se ensinar é nossa vocação, e se percebemos a grande importância da verdadeira educação, não poderemos evitar ser verdadeiros educadores. Mesmo não seguindo nenhum método na íntegra, o ato em si de compreendermos que a verdadeira educação é indispensável, já estaremos gerando a paz e a felicidade para o homem em geral, mediante uma boa educação para todos os aprendizes.

Se os professores tratarem de seus alunos com desleixo, preocupados apenas com o salário ao final do mês, numa relação onde apenas dão instruções, colocando-se numa posição superior, conseguirão mesmo é fortalecer o temor, com essa relação desigual... E então estaremos perdidos, porque precisamos é educar e orientar nossos alunos para a liberdade, terreno no qual sempre frutificará a generosidade, a afabilidade, a bondade e o amor.

Nada afasta mais as pessoas da agradável e cobiçada sensação de liberdade do que nutrir-se de idéias falsas



Gladis Maia


O homem real é um mamífero e tem várias reações que, "desgraçadamente", indicam seu parentesco com os outros animais; é imperfeito, insignificante e busca apenas os prazeres. E quanto mais estivermos seduzidos pelas belas idéias, mais difícil será aceitar e digerir a liberdade.
Flávio Gikovate, in A sociedade pode mesmo limitar nossa

Precisamos, todos, rever urgentemente nossa forma de encararmos os “nãos” que a vida nos apresenta, quase que diariamente. Alguns de nós mais do que os outros! O império do vale tudo pode acabar muito mal! A civilização está ameaçada! Procure lembrar-se - ou pesquisar sobre o assunto, se for muito novo - para ver se as coisas não eram mais leves, mais pacíficas...

Se antes uma frustração amorosa rendia lindos poemas, cartas perfumadas e serenatas, na tentativa de reconciliação ou conquista, hoje a história é mais prática, patética e trágica: noivo mata noiva que o traiu; namorado mata namorada que não quer seguir com a relação; filha mata pais que não aceitam seu namoro; filho mata pai para ficar com sua fortuna; pai mata filho que não o obedece; mãe mata filha que incomodava muito; neto mata avó para pegar dinheiro para a droga, avó mata neto que fazia muito barulho... Triste retrato da raça humana!

Temos que aprender, de qualquer forma - e urgentemente - a viver com nossas frustrações! Certamente quem age assim resolvendo seus problemas, ameaçando ou ceifando vidas, não recebeu na infância ensinamentos que lhe permitissem compreender e aprender nenhuma noção de limite, nem que fosse para burlá-los... Não aprendeu até aonde vai a sua liberdade. Não aprendeu que nossos pais e professores representam a lei - judicial, moral, ética, espiritual - com a qual vamos fatalmente nos deparar pelo resto de nossas vidas. Não aprendeu a gostar de si, muito menos dos outros. Não tem idéia do que seja o respeito próprio e ao próximo, muito menos o amor.

Provavelmente a história venha a registrar o movimento hippie como o movimento de jovens mais conseqüente dos últimos tempos. Ele surgiu na década de 60, uma geração de pessoas que se insurgiu contra o modo como via encaminhar-se a sociedade ocidental: novas guerras por causas muito duvidosas e agravamento da busca desenfreada de bens de consumo, ativando a competição entre os homens e os distanciando uns dos outros. Paz e Amor! Faça amor, não faça a guerra era o seu norte!

Mesmo não tendo sido um movimento muito bem organizado, não podemos esquecer ou desprezar as bases pessoais para tal postura - desejo de fugir da guerra, fascínio pela liberação sexual incipiente, etc. - assim como não podemos negar sua legitimidade como uma atitude crítica à ordem social estabelecida que se instalou e teve muitos seguidores em todo o mundo ocidental.

Aqueles jovens se caracterizaram por uma recusa à participação na vida econômica, social e mesmo cultural de suas sociedades, se posicionando, de modo passivo, em oposição ao meio. Cruzaram os braços, passaram a uma vida mais contemplativa, se dedicaram ao cultivo de uma aparência exterior que os distinguia da sua classe social originária e, em muitos aspectos, se aproximaram do modo de ser dos mendigos.
Seus seguidores vagaram pelo mundo como andarilhos, buscando principalmente o Oriente, tanto por causa da postura mais contemplativa que trataram de compreender melhor, como por causa das facilidades de acesso a certas drogas - maconha, em particular - às quais recorriam com freqüência.

Talvez para suportarem melhor a desocupação (coisa muito difícil para as pessoas de maior inteligência). Enfim, fizeram tudo de modo bastante antagônico ao que deles se esperava e estiveram sujeitos a muito poucas represálias externas.

Definitivamente eles não viveram de modo solitário. Pelo contrário, tentaram várias formas de vida em comunidade, experiências válidas apesar de malsucedidas a médio prazo. Os rapazes não ficaram sem companheiras e parceiras sexuais. Muitas foram as moças - das mais belas e inteligentes - que se encantaram com eles e lhes devotaram amor e amizade. Suas famílias os censuravam, mas ao mesmo tempo tinham uma ponta de admiração - facilmente convertida em inveja. O fenômeno se extinguiu mais por razões internas – leia-se, contemplação ou desocupação e uso exagerado de drogas - do que por causa das pressões exteriores.

Falei dos hippies para não dizer que não falei de flores... As idéias podem ser belas, pois no seu mundo existe a perfeição, o homem pode sentir-se importante, indispensável e pode - e deve - buscar a transcendência... Mas há que se ter muito cuidado, por que se as idéias ganham autonomia e se desvinculam do real elas podem ser muito lindas, mas são falsas! As idéias que não têm nada a ver com a realidade da nossa condição nos afastam da liberdade e é nesta categoria que estão muitos sistemas filosóficos e religiosos de grande aceitação, não somente entre jovens cabeludos, sujos e drogados - como muitos viam os hippies.

Quem assim se refere a eles, sem verificar o legado que nos deixaram, na seara da revolução sexual, da valorização da espiritualidade e da liberdade - não prestou atenção. Liberdade não é apenas uma velha calça rasgada e desbotada é um estado de espírito, uma alegria íntima - como um prazer erótico ou a forma mais consistente e genuína de vaidade - que deriva da coerência entre pensamento e conduta!Sejamos livres!

Os benefícios da religião sobre a saúde têm levado cientistas a estudarem o assunto



Gladis Maia

Os rituais religiosos públicos e privados são métodos poderosos para manter a saúde mental e para prevenir o início ou a progressão de distúrbios psicológicos. Ajudam a pessoa a enfrentar o terror, a ansiedade, o medo, a culpa, a raiva, a frustração, a incerteza, o trauma e a alienação, a lidar com emoções e ameaças universais. Francisco Lotufo Neto, psiquiatra e professor da USP.

Embora historicamente o sentimento religioso venha sendo benéfico à saúde mental, por fornecer conhecimento fora do ordinário, mais e mais pessoas abandonam a religião organizada assim que ela perde a sua utilidade como instrumento explicativo. As crenças religiosas podem gerar paz, autoconfiança e sensação de propósito na vida, ou o oposto: culpa, depressão e dúvidas.

O efeito benéfico pode advir do fato do indivíduo perdoar a si mesmo e aos outros, desenvolver auto-conceitos emocionais mais saudáveis e dar-se de modo não egoísta..
O Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP possui um núcleo de estudos sobre o relacionamento entre psiquiatria e religião, que além de realizar estudos científicos a respeito do assunto - reconhecendo o imenso potencial terapêutico das comunidades religiosas e da religião madura e saudável – dá assessoria às igrejas, comunidades ou sinagogas que desenvolvem projetos que envolvam saúde mental.

Vários estudos desse Núcleo dão conta de que são diversos os mecanismos por meio dos quais a religião pode influenciar a saúde física e mental das pessoas. Um exemplo da aplicação de princípios semelhantes ou claramente religiosos à prática médica é o Programa de Thoresen e colaboradores. Ele é útil para ensinar pessoas com doença coronariana a modificar seu comportamento.

O Programa - que ao ser aplicado reduz muito a mortalidade dos seus participantes – propõe às pessoas que: aprendam a dar e a receber amor diariamente; a ver o mundo não como um lugar hostil que precisa ser combatido, mas como um lugar que pode ser amoroso, cooperativo, pacífico e feliz. Induz à: prática da oração (parte que os pacientes costumam achar a mais valiosa do programa); ao desenvolvimento da humildade e da paciência (por exemplo, entrar na fila mais comprida e lenta do supermercado, aprendendo a tolerar e ter prazer na espera); modelar o comportamento de amar e aceitar (treino em sorrir); deixar de brincar de deus (aprender a deixar de controlar o ambiente e a aceitar suas limitações pessoais).

Evidências psiquiátricas têm demonstrado que os rituais religiosos são invariavelmente associados ao benefício. São métodos poderosos para manter a saúde mental e prevenir o início ou a progressão de distúrbios psicológicos, por que ajudam a pessoa a enfrentar o terror, a ansiedade, o medo, a culpa, a raiva, a frustração, a incerteza, o trauma e a alienação. Auxiliam a lidar com emoções e ameaças universais, oferecendo um mecanismo para delas se distanciar. Reduzem a tensão pessoal e do grupo, a agressividade, moderam a solidão, a depressão, a anomia (ausência de leis), a sensação de não ter saída e a inferioridade.
A oração tem sido uma das formas mais antigas de intervenção terapêutica e continua sendo freqüentemente utilizada, inclusive pelos médicos. São muitos os que rezam pelos seus pacientes. Alguns estudos, envolvendo médicos, sobre o poder da oração sobre a doença, demonstram que, a maioria deles percebe o fato de não orar pelos pacientes como o mesmo que evitar a administração de uma droga ou um procedimento cirúrgico eficaz.

Bênçãos, passes, imposição de mãos, unção dos enfermos são práticas presentes em diversas religiões desde a Antigüidade. São formas, atos ou palavras para comunicar poder às pessoas em nome de Deus, ou uma expressão de confiança entre elas. Fazem parte do trabalho pastoral e a intenção é transmitir a promessa de força que será encontrada, não em quem a expressa, mas em Deus, em nome de quem as palavras estão sendo ditas.
A benzedura é uma das práticas mais presentes em nossa medicina folclórica. Pesquisas indicam que os adeptos do ato de benzer - ou se benzer - é tido como uma súplica, imploração, pedido insistente aos deuses para que eles se tornem mais presentes e tragam boas novas e benefícios.

A religião pode ser utilizada como um verdadeiro idioma para expressar o sofrimento em momentos de desorganização social e insatisfação, por meio de comportamentos que a psiquiatria pode interpretar como sendo dissociativos.
A Meditação utilizada com maior intensidade no Oriente é um
dos principais objetivos de muitos sistemas de prática espiritual, para propiciar a vivência de paz interior, no seu sentido mais amplo e profundo. A literatura sobre os benefícios da meditação é muito extensa e seus benefícios já vem sendo reconhecidos praticamente por todos.

A Confissão reduz a raiva, aumenta a simpatia e diminui as repercussões negativas do ato e a culpa, sendo estimulante e tendo um valor e um efeito positivo no enfrentamento dos problemas com sucesso, no ajustamento e na evolução terapêutica.
A frase: "É somente com ajuda da confissão que sou capaz de me atirar nos braços da humanidade, livre finalmente do fardo do exílio moral," dita por Jung, demonstra a importância da confissão para a saúde, por que minimiza a raiva, aumenta a simpatia e reduz as repercussões negativas do ato e da culpa, tendo um valor de estimulo e um efeito positivo no enfrentamento dos problemas com sucesso, no ajustamento e na evolução terapêutica. A confissão – seja ela para o padre ou direto para Deus - leva ao perdão, sublime e benéfico, altamente energético, sem sombra de dúvidas, tanto para quem recebe, como para quem perdoa.

Cuidem bem das crianças para não cercearem sua criatividade tão necessária à toda a sua vida


Ob.: a foto é de Lucas, que encontra-se desaparecido.
Notícias podem ser dadas pelo meu e-mail.

Gladis Maia


É através da percepção criativa, mais do qualquer outra coisa, que o indivíduo sente que a vida é digna de ser vivida. Winnicot in O Brincar e a realidade.

O colapso dos códigos e padrões tradicionais de valor, moral e ético, oferece algumas promessas de maior prazer e alegria de viver, mas também apresenta sérios perigos. Na onda de modismos, as pessoas confusas e com personalidades fracas, tendem a adotar idéias populares que encerrem soluções, acreditando piamente que a validade da idéia repousa na sua popularidade. Como a popularidade é amiúde determinada pelos veículos de comunicação de massa, se opõe ao conceito de criatividade, que implica em soluções individuais para um mesmo problema. A idéia de criatividade, porém, não pode se perder e passar a referir-se – como querem muitos dos modernos especialistas em marketing e matérias congêneres – apenas à criação bem sucedida ou aclamada. externa.
O que significa ser criativo? Ser criativo é ser imaginativo, mas nem todo ato imaginativo representa uma atividade criativa. Os devaneios, as fantasias, e as ilusões que inundam a mente e ocupam o pensamento de muitos, não são expressões criativas. São apenas idéias que, em não podendo ser concretizadas, deixam a pessoa que a gerou em conflito, num estado de grande tensão.
A imaginação criativa passa necessariamente por uma avaliação e aceitação da realidade. Não procura transformá-la, para moldar-se às próprias ilusões. A o contrário, a imaginação criativa busca aprofundar a compreensão da realidade para enriquecer a experiência que se tem dela e nela. O impulso criativo começa com a imaginação da criança e termina com a satisfação das necessidades do adulto.
Por outro lado, viver de maneira criativa ou viver de maneira não criativa, constituem alternativas que podem ser nitidamente contrastadas. Enquanto a submissão traz consigo um sentido de inutilidade e está associada à idéia de que nada importa e de que não vale a pena viver; a pessoa criativa olha o mundo com uma visão nova. Não tenta resolver novos problemas com antigas soluções. Parte do princípio de que desconhece as respostas. Aborda a vida com olhos abertos, curiosos, e com a imaginação de uma criança, ainda não estruturada na sua maneira de pensar e de ser.
Da mesma forma, o indivíduo, cuja personalidade não se encontra rigidamente implantada, acha-se livre também para usar a imaginação ao confrontar-se com circunstâncias em constantes mutações na vida. O ato criativo, concentra dimensões de experiências anteriormente não relacionadas e capacita o homem a atingir um nível mental mais alto. Constitui, por assim dizer, a derrota do hábito pela originalidade, como refere Arthur Koestler, in o “Ato Criativo”.
O autor explica que embora o princípio de que a criatividade constitua-se na fusão de aspectos opostos, ela não se limita à expressão criativa na Arte ou nas Ciências, mas se aplica a todas as formas de expressão criativa. A criatividade relaciona-se com a abordagem do indivíduo à realidade externa, supondo-se uma capacidade cerebral razoável, uma inteligência suficiente para capacitar o indivíduo a tornar-se uma pessoa ativa e a tomar parte na vida da comunidade, onde tudo o que acontece é criativo, exceto na medida em que algum indivíduo seja doente, ou foi prejudicado por fatores ambientais que sufocaram seus processos criativos e, nestes casos, pode desaparecer-lhes o sentimento de que a vida é real ou significativa.
O impulso criativo, portanto, é algo que pode ser considerado como uma coisa em si, algo naturalmente necessário a um artista na produção de sua obra de arte, mas também algo que se faz presente quando qualquer pessoa – bebê, criança, adolescente, adulto ou velho – se inclina de maneira saudável para algo ou realiza deliberadamente alguma coisa.
Infelizmente tomamos seguidamente conhecimento de indivíduos dominados, mesmo nos seus lares, ou prisioneiros, ou mortos em campos de concentração ou vítimas de perseguição de um regime político cruel, e imaginamos logo que estas pessoas não permanecem mais criativas pela lavagem cerebral pela qual passam. Mas muitas pessoas conseguem subsistir às atrocidades. São aquelas que sofrem!
Infelizmente nos parece, a princípio, que a maioria das pessoas que existem nestas comunidades desumanas abandonam a esperança, deixando de sofrer e perdendo a característica que as tornava humanas até então. Esse mal que chega afetando a percepção do mundo de forma criativa, constitui, no mínimo, um dos males da civilização: a destruição da criatividade humana, pela ação de fatores ambientais.
É necessário, porém, que acreditemos na indestrutibilidade total do ser humano. Na incapacidade do homem morrer para o viver criativo, pois mesmo no caso mais extremo, de submissão, e no estabelecimento de uma falsa personalidade, oculta em alguma parte, deve existir, uma vida secreta satisfatória, pela sua qualidade criativa ou original nesse ser humano. Quem acredita em alma, sabe que no seu âmago encontra-se lá esta indestrutibilidade!
Em casos graves, porém, nesta vida de aparências, tudo o que importa e é real, pessoal, original e criativo permanece oculto e não manifesto. Qualquer sinal de existência é logrado... Nesse caso extremo, o indivíduo não se importa, de fato de viver ou morrer. O suicídio pouca importância tem quando tal estado de coisas está poderosamente organizado num indivíduo, e nem mesmo a própria pessoa se dá conta de que poderia ter sido ou do que foi perdido ou do que está lhe faltando.
O que a Psicologia descobriu, foi que os indivíduos ou vivem criativamente ou não podem vivê-lo e que esta variável nos seres humanos está diretamente relacionada à quantidade das provisões ambientais no começo do desenvolvimento, nas fases primitivas da experiência de vida de cada bebê. Por isto a importância de cuidar, com muito afeto e carinho, dos bebês, em casa e nas Escolas de Educação Infantil, pois ali, está a base da formação/formatação dos futuros adultos criativos e felizes, ou mortos-vivos!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

PIOR QUE É BEM ISTO ...

RecadoFofo - Frases de Famosos
Imagens? http://frase-famosos.recadofofo.com/





A ética puritana, que durante séculos orientou a vida da maioria das pessoas no mundo, foi pro brejo...



Gladis Maia


O valor de um homem pode ser medido
pelo que ele faz quando não tem nada para fazer. L.P. Ingle.


O puritano estava comprometido com a obra do Senhor, o que na prática queria dizer: ser produtivo. O puritanismo era um credo rígido que desencorajava qualquer frivolidade. Proibia os jogos de carta, os bailes, as roupas deveriam ser sóbrias e as pessoas deviam manter-se à uma certa distância respeitosa uns dos outros... Criar os filhos naquela época era bem mais fácil, haviam as regras que eram seguidas sem discussão, e ponto. O difícil era conseguir uma boa colheita. A vida era árdua, a luta pela sobrevivência deixava pouco tempo para a diversão ou para o faz de conta.

Mas seria um erro pensar que o modo de vida do puritano tivesse sido totalmente isento de prazer. Eram prazeres mais simples, é claro, basicamente consistiam na sensação agradável que se tem ainda quando a vida flui serenamente, em harmonia com o meio-ambiente, entre algumas populações agrárias.

A industrialização provocou uma abundância que lentamente expandiu a visão puritana e a ciência com sua tecnologia mudou o conceito de produtividade. O trabalho manufaturado cede ao processo mecânico,
resultando, entre outras transformações, na perda dos princípios morais que antes davam sentido ao modo de vida e á ética puritana.

As reações são sempre extremistas. Hoje em dia, a ética do divertimento adotou como lema o vale-tudo. Seus adeptos olham as pessoas que se contêm como recalcadas, renegadas, porque questionam o entusiasmo e abalam a credibilidade do vale-tudo. Da mesma forma antigamente os puritanos criticavam os que fossem dados às diversões, acusados de seguidores do demônio, a origem de todas diversões...

Mas, sem nenhuma conotação religiosa, algumas diabruras em nossas vidas, em todas as épocas fazem bem à saúde. A verdadeira diversão aumenta nossa alegria de viver. Só não vale o vale-tudo! Parcimônia e canja de legumes não fazem mal a ninguém, trocando o ditado, porque galinha faz mal aos vegetarianos. E por isso, a infância sempre foi considerada, universalmente, como a época mais feliz da vida, embora as crianças não percebam que são felizes. Coisa que pensam os adultos, evidentemente.

Aliás as crianças nem sabem o que a palavra felicidade significa. Mas o que é divertido - ou não - isso sim elas sabem. No corpo e na alma! Os adultos costumam idealizar suas infâncias porque retrospectivamente surgem em suas lembranças como anos felizes, sem preocupações e sem os problemas que devastam a vida adulta. O que além de ser uma inverdade, como o passado e o futuro, que não existem, pois não passam de sonhos, afinal só o presente é real, as crianças também têm os seus problemas e sofrem para resolvê-los, embora sofram diferentemente de nós, que ficamos a nos lamuriar e a tirar proveito da vitimação, por bem mais tempo do que elas.

Uma das razões para não termos prazer no que fazemos, é que tentamos nos divertir com coisas sérias e levamos a sério as atividades que são mera diversões. Por exemplo: o jogo de bola ou de cartas, que geralmente não traz conseqüências graves – ou pelo menos não trazia até pouco tempo atrás - deveria ser praticado só para passar o tempo. Lazer: diversão! Entretanto, as pessoas se entregam a essas atividades como se fosse um caso de vida ou morte, os que jogam e os que assistem, esperando pelos resultados. Isto sem falarmos da existência da máfia do futebol, das torcidas-gangues, do vício do jogador de cartas que perde tudo no jogo ...

Não que não tenhamos que ser sérios ao jogar ou brincar. As crianças levam a sério suas brincadeiras e se divertem muito com isto. E nossas atitudes, por outro lado, com as atividades que realmente são sérias, como o sexo, a ingestão de drogas ou a direção de automóveis em alta velocidade, amiúde são praticadas como diversão ... A festa ilícita com bebidas alcoólicas, a volta num carro roubado, o vandalismo, são escapadelas que dão aos participantes a ilusão de estarem se divertindo. Geralmente os resultados de uma escapada são bem mais sérios e poucas vezes agradáveis.

A ética de diversão, segundo a Psicologia, é uma tentativa de recuperar os prazeres da infância e do faz-de-conta, com o qual a criança pode se entregar totalmente ao prazer. Quando um adulto faz de conta que está se divertindo, inverte o processo, fazendo de conta que atividades sérias, como beber e sexo, são diversão, transformando assuntos como ganhar a vida ou criar uma família em brincadeira. Não pode dar certo!

O comprometimento total com o que se está fazendo é um das condições básicas para o prazer, como as crianças, que se envolvem completamente com os jogos e brincadeiras. A criatividade adulta emerge das mesmas fontes e com a mesma motivação das crianças, o desejo de prazer, a necessidade de auto-expressão, causa prazer. Portanto, no trabalho, no dia a dia, vale a pena lembrar como você brincava, quando era peque

domingo, 14 de setembro de 2008

Em plena evolução humana e planetária aprenda com as crianças especiais


Obs.: o menino da foto,Lucas, está desaparecido, sua mãe está desesperada.Notícias, mandem pelo meu e-mail!

Gladis Maia

Elas dependem de nós para terem espaço para se expressar e não cair na armadilha de antigos valores e dogmas ultrapassados. Elas não vieram aprender, mas sim ensinar.Vera Helena Tanze, in Somos Todos Um.

Nunca se ouviu falar tanto em crianças especiais como nos dias de hoje. Nós que cremos na espiritualidade as definimos como Embaixadoras da Paz, porque o futuro do planeta depende dessas crianças, mais do que qualquer um. Desde a década de 80, quando abriu-se um imenso portal evolutivo, uma safra delas está chegando ao nosso planeta. E estão chegando para romper posturas cristalizadas e aceitas como padrão em nossa sociedade contemporânea.

Elas são diferentes, singulares: mais sensíveis, espiritualizadas, falam em seres de outros planetas, de naves, sabem coisas que não aprenderam, gostam de música, de dança, de teatro, de terapias alternativas, de meditação, etc. Não é à toa, que tantas novas especialidades profissionais começam a proliferar, tais como, musicoterapia, naturologia, terapia floral, acumpuntura, etc.

Na maioria das vezes essas crianças não se adaptam às escolas tradicionais e são estigmatizadas, vistas como portadoras de distúrbios comportamentais ou de aprendizagem. Elas têm uma noção de isonomia invejável, mesmo que por vezes nasçam inseridas em famílias preconceituosas.

Quem têm filhos, netos, sobrinhos, alunos - ou prestam atenção nos filhos de amigos - percebe como este quadro vem aumentando. Cada vez é maior a procura por escolas que trabalhem mais individualmente as crianças, tanto que muitas escolas tradicionais estão fechando suas portas.Essas crianças dependem basicamente de seres mais esclarecidos e espiritualizados, para se comunicarem e não caírem na armadilha dos valores pré-estabelecidos, e acima de tudo antiéticos. Elas não vieram aprender, mas sim ensinar, como apregoa Tanze. Prestem mais atenção ao que elas dizem, sejam seus filhos ou não! Deixem-nas falar, respeitem o que dizem e reflitam sobre isso e aprendam com elas!

Infelizmente muitos pais e educadores estão interrompendo este processo sem terem a noção do mal que causam ao desenvolvimento espiritual de seus filhos/alunos e, conseqüentemente, da humanidade. Talvez eles próprios tenham sido bloqueados pelas mesmas razões em suas infâncias, e nem se lembrem mais... Precisamos realmente estar mais abertos para poder cumprir com nossas funções neste mundo cada vez mais materialista - que dificulta as lembranças ao cobrir com o véu da ilusão nossas recordações da última infância, e ainda de outras vidas – mesmo que seja bem mais fácil seguir adiante de mãos dadas com a grande massa robotizada.

Ainda que o brilhante trabalho de inclusão que a Unicef vem desenvolvendo para que as crianças portadoras de deficiências em todo o mundo convivam com as normais nas escolas, dentro da idéia de que todos aprendem com as diferenças, existe uma margem grande de crianças que não se enquadra nem como normais nem como deficientes e que não consegue se adaptar aos padrões exigidos.
Além do que, as crianças portadoras de deficiência têm também escolas especializadas, mas sobra o quê para estas diferentes, cujo número cresce assustadoramente? É preciso que pessoas das mais diversas áreas profissionais se unam ajudando com projetos concretos para modificar, aos poucos e firmemente, a consciência dos diversos núcleos da sociedade, onde elas estiverem inseridas.

Ao abordar este tema, é necessário falarmos em inteligência emocional, que atualmente constituiu um aspecto primordial em voga nas avaliações da área de recursos humanos das empresas de primeiro mundo nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. O ser adulto que não teve seu Q.E., coeficiente de inteligência emocional, desenvolvido na infância, não aproveitará seu Q.I. (coeficiente de inteligência) nem quantitativa nem qualitativamente. Já o inverso é mais fácil de ocorrer.

Portanto, é chegada a hora de treinarmos o não-julgamento e de limparmos nossas mentes, desprogramando-as de todos os preconceitos e dogmas que nos foram impostos pela família ou pela sociedade, bem como de retirar de nosso corpo emocional a mágoa, o medo, a raiva, as culpas ou os pensamentos que não reflitam nossa condição real de que SOMOS TODOS FILHOS DE DEUS (Shiva, Jesus, Buda, Eu Superior, Jeová, Sagrada Presença, Eu superior ou outro nome que O designa...). Somos todos Seres de Luz, com a missão divina de bem servir ao Propósito Maior da Paz e do Amor!

Com nove medos a nos atormentar, esquecemos de consultar o nosso espírito único fiel guia e escudeiro.



Gladis Maia

Por vezes, os Faróis de Luz se fecham para reparos;
outras vezes, precisam mesmo de descanso. Mas continuam a ser Faróis,
colocados em zonas onde ajudarão outros a encontrar os seus caminhos. Kyron

Kyron é um iluminado que revela que nove tipos de medos se atravessam no nosso caminho.Pressupõe que mesmo o mais bruto e inconseqüente dos homens sabe no íntimo que no seu âmago há honestidade e integridade, mas que a maioria de nós prefere ignorar esta voz interna, que nos fala amiúde durante toda a nossa vida na Terra. Voz que se “intromete” em tudo o que pensamos e fazemos...

O primeiro deles é o MEDO SEMENTE, que ele chama de medo seminal. Tememos a iluminação, porque nos apavora o ato de “descascar a cebola da dualidade. É o medo de encontrar o profeta interno.” Este seria um falso medo; esta vibração está presente para que constantemente possamos avaliar o que é real e o que não é.

O segundo medo - que ataca mais especialmente as mulheres - é o MEDO DE SER ABANDONADA. Há grandes mulheres que o experimentam, às vezes, ou permanentemente. Trata-se de uma questão espiritual, são mulheres que se divorciaram de sua metade divina, que permanece em outra dimensão. Não confundir com a alma gêmea, pois trata-se da outra metade de si mesma e que foi esquecida, abandonada. Mulheres inteiras se bastam e não temem o abandono de ninguém! São as que amam quantas vezes for necessário, hoje e sempre.

O Terceiro medo é o famoso MEDO DO FRACASSO! É um medo essencial desta cultura, pelas expectativas que gera em todos nós, e mais especialmente nos homens. A começar pela família, esperam que o macho tenha êxito. Sexualmente, no trabalho, etc.! Constantemente o coração humano é pressionado com um “Estou falhando... Vou fracassar”... Kyron aconselha a ninguém sentir-se errado onde está e a celebrar o agora, o presente, mesmo que pense que deveria ser outra coisa e estar num outro lugar... Em nenhuma circunstância devemos nos convencer de que o que tentamos fazer no passado, continua a não funcionar agora e nem funcionará no futuro. Quem sabe tenha chegado o momento de rever este assunto? Precisamos nos libertar do enquadramento do tempo linear!

O quarto é o MEDO DE SI MESMO. Há uma parte de nós que sabe que podemos usar nossos poderes para o bem ou para o mal e por isto alguns de nós temos medo de ir aonde sabemos que podemos criar a escuridão. A potencialidade do ser humano ser poderoso em todos os matizes, da luz à escuridão, cria, freqüentemente, o medo de ao visitar a escuridão podermos ficar por lá... Isto é o medo de si mesmo! Quem foi a lugares escuros sabe o que aquilo é, e não pretende voltar lá...

O quinto medo é o MEDO DO LADO OBSCURO. Através de toda a história da humanidade, em todas as culturas, os humanos relacionaram a energia da escuridão com outra entidade, outro poder, que, por desejar ascender, tudo faz por agarrá-los e derrubá-los.Ao longo da sua infância, tiveram medo dos “monstros” e outras entidades que estavam ali para “agarrá-los”. Mas , felizmente, é mais fácil e mais rápido gerar uma energia positiva e são precisos mais humanos para criar uma baixa vibração do que para criar uma mais elevada. Àqueles que têm medo do escuro têm medo porque ainda não compreenderam o seu poder de se transformarem num Farol de Luz.

O sexto medo é o MEDO DE OUTRAS ENTIDADES. O ser humano tende a recear o que não compreende. Há quem tenha medo das entidades do lado obscuro. Kyron explica que é bem provável que os lugares onde vamos trabalhar e mesmo as nossas próprias casas, precisam que alguém leve luz para lá...E se assim for, que nos consideremos trabalhadores da Luz!

O Sétimo medo é o MEDO DE NÃO ENCONTRAR O PRÓPRIO CAMINHO. Embora caminhemos dentro de uma esfera, nos iludimos que nos deslocamos ao longo de uma linha reta... Julgamos que fazemos uma coisa depois da outra e que as colocamos numa linha de 2ª dimensão. Interrogamo-nos a respeito do futuro, consideramos o passado, mas não conseguimos vê-los juntos...O medo de não encontrar o próprio caminho, a “missão”, está relacionado, com o medo seminal (nº 1), e com o medo do fracasso (nº 3).

Como a nossa forma de pensar e de nos expressar, via linguagem que é algo muito linear, fica a seguinte informação e sugestão: celebremos o lugar onde estamos, a cada minuto de cada dia, pois empilhados sobre o que consideramos ser o tempo linear, estão todos os “agoras”!

O oitavo medo é o MEDO DA DOENÇA. Kyron diz que não importa até que ponto estejamos predispostos geneticamente para uma doença. Através da consciência humana, podemos falar com a estrutura celular; podemos limpá-la, renová-la, reforçá-la, despertá-la e ... CURÁLA!!! Bendito é o ser humano que não conhece limites para a sua influência sobre a sua própria estrutura celular! Este é o novo paradigma! Os yoguis e OS xamãs da antiguidade demonstraram-no. Agora... chegou a nossa vez!

E o nono medo é o MEDO DO FUTURO. Devemos aboli-lo, porque estamos nos tornando seres de quarta dimensão, interdimensionais. É hora de nos “casarmos” com a nossa parte divina, com o nosso Eu Superior e celebrarmos o futuro que é agora. “Repararam qual foi o medo que não foi referido nestes nove tipos de medo? Foi o medo da morte! Sabem por quê? Por que, intuitivamente, vocês nunca estão sós – nunca! ”, nos afirma Kyron.

Ler bem, assim como tocar um instrumento, exige uma aptidão complexa!



Gladis Maia

A maior parte das pessoas leva muitos anos para chegar a um bom desempenho na leitura. E tal como a arte pianística, existem grandes variações entre indivíduos expostos a mesma dose de prática. Alguns poderão atingir em dois a quatro anos um nível de proficiência que outros só alcançarão em oito ou mais – ou talvez nunca.
Jeanne Chall, in Aprendendo a Ler.

Segundo Chall, após uma ano de instrução e prática, a criança típica , na primeira série pode ler sua cartilha e talvez uma estória ou um conto popular muito simples. Também poderá ler num livro de um primo que esteja mais adiantado na Escola – se as palavras forem como as de seu próprio livro, tanto o tipo de letra, como o grau de dificuldade de compreensão.

A aptidão essencial para a leitura é que permite obter o significado de uma mensagem manuscrita, digitada ou impressa. Embora ler e ouvir tenham muito em comum - pois ambos os atos utilizam a língua como instrumento – a mensagem escrita não possui a entonação, a acentuação tônica, a ênfase dada pelo interlocutor. Como estas características são dadas pela pontuação e outras convenções gráficas, para indicar ao leitor as pausas, o que deve destacar na leitura, o sentido e, às vezes, a própria conotação dada ao texto. E o domínio desses elementos realmente só é adquirido – além do seu estudo - com a prática, pelo hábito, com motivação, interesse pelo assunto e, é claro, pela leitura em si.

Evidentemente que ler, tal como ouvir uma mensagem falada é muito mais do que obter o significado literal da própria mensagem - se bem que isso por si só já se constitui numa proeza - quando fizemos uma pausa para refletir a respeito. Infelizmente nosso alunos, em geral, vem saindo do Ensino Médio sem entenderem o que lêem. A leitura madura implica ainda em obter mais do que a significação literal do texto, incluindo uma avaliação das idéias contidas nele, pela sua verdade, vaidade ou importância.

E isso é feito ao aferirmos essas idéias por nossa própria experiência ou conhecimentos. Refletimos sobre suas implicações, estabelecemos inferências ou extraímos conclusões que vão muito além do que está explicitamente enunciado no texto. Só com todas essas ações podemos dizer que estamos raciocinando, pensando o texto lido, pois num nível supremo de maturidade ler significa pensar e raciocinar, além de possuir um domínio completo da língua, de conceitos e experiência.

O que um principiante na arte da leitura tem de aprender para alcançar esse nível de excelência na capacidade de leitura? Se for uma criança de seus 6 anos de idade, ela já começa com um conhecimento de pelo menos um aspecto: o da linguagem. Provavelmente ela tenha um vocabulário de 4 ou 5 mil palavras. Segundo os lingüistas, em torno dessa idade essa criança possui um bom controle das principais estruturas gramaticais da sua língua. Geralmente é muito proficiente na recepção e produção de mensagens verbais: instruções simples, estórias, descrições. Através da escola e de suas leituras ela deverá continuar desenvolvendo a sua proficiência lingüística, o domínio de vocabulário e de conceitos, e o seu conhecimento da sintaxe mais avançada. A relação sólida entre linguagem e leitura não se desenvolve necessariamente só da linguagem para a leitura, mas de fato, pode funcionar em sentido inverso: da leitura para a linguagem.

Os estudos que conferem maior ênfase ao significado, parecem considerar a criança um pequeno adulto, que desde o começo é solicitado a reagir de um modo significativo à forma impressa de palavras, frases, períodos e estórias. Na maior parte do tempo as crianças – se o professor obedece às instruções dos manuais que acompanham as cartilhas e compêndios – é obrigada a responder a perguntas sobre as ilustrações e sobre o conteúdo do que é lido.

Mas é secundário na aprendizagem reconhecer as palavras e ler para adquirir significados. De modo geral os programas que enfatizam o código encaram a aprendizagem de leitura como um processo bifásico, em que a primeira fase se concentra no domínio do código alfabético e a segunda na leitura do significado. Embora a ênfase no significado para o principiante, a criança na realidade despende menos tempo no começo com a leitura significativa e mais no domínio do princípio alfabético.

Segundo as pesquisas – que acompanharam crianças até o início da 4ª série - ficou comprovado que aqueles programas que podem ser classificados como tendo uma ênfase mais acentuada no código, do que no significado tendem a produzir leitores que não só estão mais avançados no reconhecimento dos vocábulos e na ortografia, mas também nos testes de leitura significativa. Portanto, a ênfase sobre o código alfabético não desvia a criança da tarefa final, na realidade fornece-lhe os instrumentos para realizá-la. Os resultados das pesquisas também dão conta de que a ênfase sobre o código são ainda mais benéficos para as crianças de capacidade média e inferior, para as crianças de baixo status socioeconômico e para as crianças que constituem elevado risco, isto aquelas com alta probabilidade de fracasso.

Numa época em que se fala tanto em fracasso escolar nas séries iniciais,talvez resida aí uma das soluções a ser aplicada... Voltemos às velhas cartilhas!

Inúmeras são as doenças que regridem se tratadas com dietas de alimentos crus



Gladis Maia
O ser humano é o único ser vivo que não segue sua voz interior, nós nos achamos superiores. Ernst Bauer, in Compêndio Médico.

A maioria dos médicos trata apenas dos sintomas da doença, sem pensar na prevenção. Coisas que deveriam ser praxe na profissão médica, tais como o cuidado com a alimentação do paciente em geral e com o sal em particular, raramente são prescritos ou orientados. Ninguém ignora que maus hábitos alimentares e conseqüente má nutrição, causam desequilíbrios no organismo que resultam em doenças.Toda pessoa sensata percebe a alimentação atual em voga é muito destrutiva. É a causa mais comum e mais grave das doenças físicas e psicológicas e da degeneração constitucional do organismo.

Os alimentos industrializados levam ácido benzóico, ácido salicílico, salitre, ácido bórico e ácido sulfúrico, entre outros produtos químicos, para que não deteriorem e tenham boa aparência. Como se não bastasse, cada vez usamos mais medicamentos, para: dor, dormir, ficar desperto, pressão alta ou baixa, calmantes, soníferos, sedativos e laxantes, todos produtos estranhos ao organismo e tóxicos. E esquecemos a velha e boa alimentação crua...

Por que será que a alimentação 100% crua exerce um efeito tão benéfico para as pessoas que a adotam? O alimento cru é um alimento vivo, tal como nos oferece a natureza e tanto homens como animais usam as plantas para proporcionar energia solar ao seu organismo.O alimento que não passou por nenhum tipo de processamento é muito mais fácil de ser digerido, seus resíduos não ficam retidos por muito tempo no corpo.
Fortalecem o organismo de todas as maneiras porque contêm enzimas, elementos vivos básicos e vitaminas, que se combinam de forma natural, dissolvendo e eliminando as toxinas.

As verduras, legumes e frutos frescos e crus contêm o máximo valor nutritivo, não podendo ser aumentado nem melhorado. Esquentar, secar, armazenar, fermentar e conservar reduz e destrói seu valor. Médicos naturalistas, que aconselham a dieta de alimentos crus para qualquer idade, desde que o organismo não esteja muito debilitado e que a suporte, afirmam que os doentes que se submetem totalmente à dieta perdem, aos poucos, a vontade de fumar. Observam também que quanto mais cedo adotarmos este tipo de nutrição mais cedo os benefícios aparecem.

As mulheres que a adotam durante a gravidez, sentem-se melhor. O parto é rápido e quase sem dor. O bebê nasce sadio, forte e ágil, coopera no nascimento. Este tipo de nutrientes produz leite bom e abundante, durante todo o primeiro ano, se a mãe continuar utilizando-a. Após poucos meses, ela pode começar a dar para o bebê um complemento de frutas e hortaliças, raladas na quantidade que ele pede. Entretanto, nunca deve dar frutas e hortaliças ao mesmo tempo, sempre separadamente.
Mesmo a criança que ainda não nasceu pode ser prejudicada pela má alimentação da mãe, porque é nutrida pelo seu sangue enfraquecido. Assim, existem condições que favorecem a doença e o nenê já nasce fraco. Após o parto, sua saúde deteriora, principalmente quando o leite materno é de qualidade e quantidade insuficientes.

Dessa forma, no mundo civilizado, as crianças nascem fracas — algumas mais, outras menos — e a humanidade entra em estado de degeneração.
E quanto aos idosos ou aos doentes que adotaram essa alimentação tarde demais, o que podem esperar? Todos podem se beneficiar da alimentação vegetariana crua. As pessoas precisam ser pacientes, mostrar energia e estar muito motivadas. Precisam, também, descansar bastante, principalmente no início. Os primeiros dias podem ser sofridos, até que estejam acostumados com essa alimentação e hábitos de vida diferentes. Logo, porém, sentirão uma melhora. O intestino funcionará regularmente, o que para muitos é um grande estímulo.

A dieta vegetariana crua exerce seu efeito benéfico sobre todas as formas de reumatismo e artrite reumática, quando essas doenças ainda não atingiram um estado muito avançado. Já foi constatado o efeito benéfico sobre as doenças causadas por excesso de ácido úrico, sobre a psoríase, enxaqueca, pedras na vesícula, rins e bexiga. Quase todas as doenças da pele são curadas com bastante rapidez. Queda de cabelo, seborréia e caspa desaparecem. As infecções melhoram ou são curadas.
A médica dinamarquesa Kirstine Nolfi, ao descrever suas experiências com os “alimentos vivos” não só os utilizou no hospital que trabalhava, como se auto-aplicou, quando esteve com câncer, provando que esta dieta totalmente crua também pode beneficiar casos de câncer e de patologias em estágio terminal.

Segundo Nolfi, esta dieta “...pode aliviar a dor e prolongar a vida. Quando o câncer é tratado a tempo, é possível obter uma remissão durante muitos anos. O tratamento com alimentos crus precisa ter início assim que o câncer é detectado e precisa ser seguido 100%.Cerca de mil doentes passam por Humlegaarden a cada ano. Tanto os doentes como os funcionários vivem exclusivamente de alimentos não cozidos e, de acordo com nossa experiência, uma dieta de transição não é necessária.A alimentação varia de acordo com as estações do ano e consiste de três refeições diárias. Fazemos uma refeição de frutas pela manhã e à noite e uma refeição de hortaliças ao meio-dia. Nunca misturamos frutas e hortaliças.”

E o maravilhoso para nós mulheres que gastamos muitas horas na cozinha é que o trabalho vai se reduzir pela metade, aumentando as horas de lazer, sem contar que passaremos a ter corpos mais esbeltos, um andar mais flexível,a pele fresca, os dentes brancos e fortes e cabelos mais vigorosos, segundo afirmam os especialistas envolvidos na experiência. É tentar pra ver, não acham?