quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Não se aborreça com os outros:seja livre e respeite a liberdade de todos.


Gladis Maia

Tome conta do seu Universo, areje seu caminho, reinvente um jeito mais descontraído e alegre de ser. Resignifique sua forma de interpretar a vida. Wilson Francisco in Desfazer Bagagens, para resignificar a Vida.

A importância que nos concedemos em cada uma das coisas que fazemos, dizemos ou pensamos, embaça os nossos sentidos e nos impede de perceber a vida de forma clara e objetiva. Como diz Castañeda, somos como pássaros atrofiados: nascemos com todo o necessário para voar, mas ficamos, permanentemente, dando voltas obrigatórias, em torno de nosso ego. A corrente que nos aprisiona é a importância pessoal! Devíamos pegar uma cartolina e fazer um cartaz bem grande, com a seguinte frase: “A importância pessoal mata!” e pendurá-lo num lugar privilegiado para que pudéssemos ler a frase, diariamente, e passar a se lembrar dela no trabalho, na rua, nas festas ... Com esta medida, talvez chegue o momento em que seu significado penetre em nosso interior e decidamos fazer algo por nós mesmos e pelos outros. O dar-se conta já é por si uma grande ajuda!

Para combater a importância pessoal, o primeiro passo é saber que ela está ali, em “carne e osso”. Reconhecer seus subterfúgios, já é meio caminho andado. A importância pessoal se alimenta de nossos sentimentos, que podem ir do desejo de estar bem e ser aceito pelos outros, até a arrogância e o sarcasmo. Atentem porém, que a área de ação favorita da importância pessoal é a compaixão por si mesmo e pelos demais. De forma que para espreitá-la, temos, acima de tudo, que decompor nossos sentimentos em suas mínimas partículas, descobrindo suas fontes de nutrição. Por causa da importância pessoal, estamos cheios de rancores, invejas, medos, culpas e frustrações. Felizmente, a tal da importância pessoal tem um ponto fraco: depende do reconhecimento para subsistir, se não dermos importância à ela, esta se acaba.
Quando aprendermos a deixar a importância pessoal de lado, o espírito se abre jubiloso, como a ave que é posta em liberdade. Viva plenamente e deixe os outros viverem!De preferência feliz! Nossa vida é 100% de nossa responsabilidade!Só estamos aqui por que antes houve um projeto de vida, baseado no desenvolvimento e livre-arbítrio de cada um de nós. Não há carrascos ou vítimas nesse nosso planetinha tão rico e diverso, em todos os sentidos. Há experiências e aprendizados, por mais dolorosos que sejam, foi o próprio sujeito que escolheu! É a escolha do caminho do amor ou da dor!Opção totalmente nossa! Mas temos que ter em mente que podemos mudar como é que queremos aprender - a qualquer tempo - desde que não comprometamos o conteúdo do nosso planejamento. Merecemos todos nos dar a oportunidade de, mais conscientes, renascermos e mudarmos o formato do aprendizado, se está muito complicado, imbricado. A opção é o Amor, e, em sua graça, passamos a usar a cabeça para lidar conosco mesmos e o coração para lidar com os outros, na eterna aprendizagem do amor.

Será que alguém excessivamente preocupado pela sua segurança, por ganhar dinheiro para garantir a sua subsistência, ter um abrigo contra as intempéries e roupa para se proteger do frio e comida para comer pode amar? Talvez não, por ser ou estar demasiado, preocupado com as suas próprias necessidades vitais. Até por que sabemos que há pessoas que mesmo tendo estas necessidades satisfeitas, continuam obcecadas pela sua segurança. O medo de lhes faltar algo lhes faz acumular bens de modo insaciável. Indivíduos assim, geralmente estabelecem relacionamentos com a finalidade básica de nutrir a sua possessividade, jamais para amar.

Felizmente existem pessoas que conseguiram ultrapassar estas manifestações de egoísmo e egocentrismo e que vivem em estado de amor. Para elas tudo o que acontece ao seu redor têm um caráter sagrado e maravilhoso. A cada instante são sensibilizadas por pequenos detalhes da vida cotidiana: o passarinho que canta; uma troca de sorrisos com um transeunte; um gesto de carinho para um menino da rua; a solidariedade num mutirão. Para estas pessoas a alegria de viver é ilimitada. Este estado de amor desperta e acompanha uma capacidade criativa impar; nada de condicionamentos e de atos automáticos; tudo se renova, a sua criatividade e amor se transformam em verdadeira compaixão, pois se colocam a serviço de aliviar o sofrimento e dar alegria a todos os seres. São poucos ainda, mas estão aumentando e estes sim são os verdadeiros cidadãos!

Na verdade, sempre é tempo de recomeçar, de refazer os planos, de relembrar os sonhos, de reabrir os caminhos tortos desta busca sagrada: a loucura da alegria de viver neste planeta, pautada naquilo que realmente tem importância. Pensem nisso!

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