segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Cuidado com a contaminação inconsciente se você for sensível poderá apresentar sintomas que não são seus



Gladis Maia

Muitas pessoas apresentam certos comportamentos anti-sociais que muitas vezes são interações inconscientes, verdadeiros ‘contágios psíquico’, independente da vontade de quem os executa. Eudes Alves e Eliezer Mendes,in Congresso Mundial de Parapsicologia e Psicotrônica, 1979, São Paulo.

Muitas pessoas são como o aço, ficam magnetizadas com a influência de outras pessoas. Hoje podemos compreender muito bem como Mesmer, no século XVIII, se sentiu influenciado com a idéia do magnetismo. Naquela época não havia outro conceito que pudesse representar tão bem, essa contaminação do inconsciente, quanto o magnetismo.
A captação do inconsciente é um processo natural e comum. É a base da transferência nas terapias psicológicas e também na aprendizagem. Na realidade, é o mecanismo básico de toda relação humana, seja ela boa ou má, explica o Dr. Eliezer C. Mendes, in ‘Contaminação Vibratória’, que - Juntamente com outro psiquiatra, Eudes Alves - criou a expressão ‘psicotranse’, para designar às alterações da consciência, em qualquer nível ou profundidade.
Diferenciando-se do conceito de transe mediúnico, definido por Allan Kardec, que vincula o transe à influência dos espíritos dos mortos, os autores procuram com este conceito focalizar mais o lado psicológico desses estados alterados de consciência. O termo abrange o conceito de inconsciente dinâmico e resgata essa importante área do comportamento psicológico, que os espíritas chamam de animismo, por ser produzido pela mente do médium.
A maior parte dos espíritas, atribui os fenômenos inconscientes aos espíritos dos mortos, porém essas manifestações, muitas vezes classificadas como fantasias, são de extrema importância para as terapias, seu valor está muito além daquilo que o próprio Freud atribuiu ao ‘Id’, como produto da repressão.
O psicotranse é um momento de consciência – em qualquer circunstância - no qual aconteça uma modificação do nível consciencial, seja nos estados Beta (vigília), Alfa (estado de meditação ou relaxamento profundo), REM (momento de sonho, durante o sono), hipnose, ou em qualquer outro estado mental.
Geralmente, as pessoas não percebem as modificações dos estados alterados de consciência, principalmente quando estes acontecem em nível Beta; outras vezes as pessoas têm a sensação que dormiram e, aparentemente, não lembram do acontecido durante esses momentos, semelhantes à amnésia pós- hipnótica.
O psicotranse se confunde - de certo forma - com outras peculiaridades geradas por nossa mente, como os estados de ausências ( ou crepusculares), tão comuns nas disfunções cerebrais mínimas, geralmente vinculadas às epilepsias.
Por outro lado, esses estados em nada diferem daqueles denominados estados superiores de consciência, freqüentemente vivenciados por santos e místicos.
A tendência da Ciência - antes do advento da anti-psiquiatria e da psicologia transpessoal - era a de ver qualquer modificação da consciência, ou do comportamento, como sendo um estado patológico.
Lopez Ibor, famoso psiquiatra espanhol, chega a classificar Jesus Cristo, o filósofo sueco Swedenborg e o poeta Strindberg como doentes psicóticos alucinados.
Hoje admite-se as variáveis individuais, e também, aceita-se a possibilidade da existência de estados alterados de consciência, estados não percebidos nos níveis comuns, sendo considerados, todos eles, estados normais e alternativos do comportamento humano.
As alterações (disritmias) constatadas no EEG dos sensitivos, médiuns, estigmatizados e outros, deixa bem claro, que estas alterações não são patológicas. Todas as pessoas sensíveis apresentam alterações EEG. Essas alterações desaparecem com a meditação, com o treinamento do controle das ondas cerebrais (biofeedback) e com o eletro-sono.
O psicotranse pode ser desenvolvido por treinamento. Como qualquer outro estado hipnótico, ele é absolutamente natural e normal, fazendo parte da dinâmica do psiquismo e, como todo estado hipnótico, não tem nenhuma interferência de qualquer força sobrenatural. Ele pode acontecer muitas vezes espontaneamente de forma inconsciente, sem que as pessoas percebam suas alternâncias de personalidade, alterações de humor etc.
São sintomas de outra pessoa, ligada emocionalmente à ela. Esses sintomas poderão ser físicos, psicológicos ou comportamentais. Com o treinamento as pessoas identificam claramente a fonte de origem desses sintomas, libertando-se deles sem sofrer indevidamente.
Todo estado alterado de consciência é um psicotranse. Os dois psiquiatras contam que certa ocasião, quando pesquisavam o assunto, que uma sensitiva que participava do tratamento de um paciente cleptomaníaco, apareceu na clínica com um colar de pérolas. Ela tinha apanhado aquele colar em uma joalheria, perto da clínica, sem que a vendedora se apercebesse. Colocada em transe, ela contou como havia realizado aquele ato ilícito. "Eu olhei nos olhos dela (da vendedora) e peguei o colar. Ela não disse nada e eu fiquei com ele! "
Rapidamente eles foram até a loja para corrigir aquele ‘ato ilícito’ da sensitiva; procuraram a vendedora e pagaram o colar. A vendedora inclusive mostrou-se surpresa porque não tinha notado nada de anormal na visita de sua cliente e nem tinha notado a falta do colar.
Eliezer e Eudes citam também um trabalho científico de Enrique Novillo Pauli, autor de ‘Los Fenómenos Parapsicológicos’, que constatou que o estresse das pessoas testadas têm uma ação negativa, mesmo à distância, sobre os vegetais, confirmando o efeito de um ser vivo sobre outro. Embora, ainda hoje, seja muito difícil transmitir a idéia dessa interação inconsciente, entre os estudiosos ortodoxos da mente, ela é muito familiar entre as correntes alternativas da Psicologia e Psiquiatria e da Parapsicologia.
São numerosos os terapeutas que trabalhavam com essa linha, através dos procedimentos iniciados pelo Dr. Eliezer Mendes, no IBPC - Instituto de Parapsicologia Clínica, em Salvador, na Bahia, na década de 70. Fica o alerta: se alguém, subitamente, começar a ‘mudar de personalidade’ ou ‘adoecer’ como se tivesse sido contagiada de uma doença não contagiosa, já sabem, pode estar acontecendo um psicotranse!

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