quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Se o mundo acordar para a Inclusão aí então teremos muitas esperanças.

Gladis Maia
Educação não é uma fórmula de escola, mas sim uma obra de vida. reinet
Quem assiste aos telejornais com freqüência, por menos sensível e impressionável que seja, deve perguntar-se se a sociedade está podre... Se ainda há esperança para os homens de bem, os homens honestos, os homens solidários, os homens éticos... Essa avalanche de corrupção entre os políticos e suas quadrilhas, formadas por empresários e funcionários públicos de mau-caráter, que felizmente começam a ser desbaratadas em nosso país, a violência que assola a sociedade em forma de exploração sexual de menores, de trabalho infantil e trabalho escravo, de analfabetismo literal e funcional, que prolifera ao invés de ser erradicado, e tantas outras mazelas, tais como sem teto, sem terra, faz dos cidadãos preocupados, com os destinos da humanidade, seres mais tristes.
Esse desfilar de desrespeitos a Deus, à Vida, em todos os seus liames, de destruição da raça humana e do planeta, colorida e musicalmente em flashes e mais flashes, representativos dessa psicotizante realidade a nos corroer, tal qual raios que vão se infiltrando em nossos corações, doloridamente, vão nos tornando, com o passar do tempo, cada vez menos confiantes de que um dia a plena luz da sabedoria, da harmonia e do querer bem passe a prevalecer em nossos gestos, em nossos pensamentos e atos, tornando-nos gentis e amorosos.
A hora já tarda, não percamos tempo, unamo-nos para levantar nossas vozes – nos lares, nas igrejas de qualquer credo, nos bairros, nas ruas, nas cidades, nas escolas, no trabalho, nos clubes, deste enorme país continental, na vida, em qualquer lugar, num grito de basta a essa trágica miséria, espiritual e física, mesmo que nos taxem de denuncistas sensacionalistas. Ergamo-nos para exigir respeito, moralidade e ética no trato com os semelhantes e com a coisa pública! Não podemos arrefecer pensando que sempre foi assim e assim será ... Derrotismo, nunca! Vivamos como seres espirituais e divinos que somos, sem nos auto-destruir, sem agredir ao próximo, com a incredulidade, com a malícia - com a maldade, roubando de quem nada tem para locupletar-se - com a falta de reconhecimento de que todo ser humano merece viver com dignidade, numa Sociedade Inclusiva, que respeite a todos os seus direitos.
E na luta maior, diante dessa conjuntura, a esperança mais verdejante que insiste em florescer – e felizmente assim o é, e Deus queira que assim o seja, para sempre – cabe como uma luva sob medida na mão de cada professor que se enquadrar entre os Homens de Boa Vontade. Precisamos acreditar que reverter essa triste situação é possível, se soubermos educar nossos alunos contra: a corrupção, a maldade, a mentira, a infâmia, a desonestidade, afinal eles estão nas escolas desde o zero ano de existência, seus pais muito pouco - ou nada mais - influem, somos as pessoas que passamos a maior parte do tempo com eles...
Como fazê-lo? Na Escola Inclusiva, cujo princípio fundamental, segundo a Declaração de Salamanca (UNESCO 1994), consiste em que todas as pessoas devem aprender juntas, onde quer que isto seja possível, não importando quais dificuldades ou diferenças que elas possam ter. Essas escolas precisam reconhecer e responder às necessidades diversificadas de seus alunos, acomodando os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade para todos, mediante currículos apropriados, mudanças organizacionais, estratégias de ensino e uso de recursos e parcerias com suas comunidades, porque, toda pessoa tem o direito fundamental à Educação e a ela deve ser dada a oportunidade de atingir e manter um nível aceitável de aprendizagem.
E é nesse sentido que os sistemas educacionais devem ser projetados e os programas educativos implementados, de tal forma que considerem a ampla diversidade dessas características e necessidades. Pois, ao contrário do que muitos pensam, a Educação Inclusiva não se caracteriza apenas pelo ingresso de alunos com deficiência na escola regular, bem como não são somente estes alunos que são portadores de NEE, todo estudante, num momento específico qualquer de sua aprendizagem, pode necessitar de um apoio, se não cognitivo, em nível social, emocional, psíquico, afetivo, cultural, etc.
Um relatório da ONU aponta muitos benefícios na Educação Inclusiva, tanto para os estudantes com deficiência, como para os ditos normais. Aqueles: aprendem a gostar da diversidade; demonstram crescente responsabilidade e melhor aprendizagem através do trabalho em grupo, com outros deficientes ou não; ficam melhor preparados para a vida adulta em uma sociedade diversificada: entendem que são diferentes, mas não inferiores; aprendem a gostar da diversidade. Esses, passam a ter acesso a uma gama bem mais ampla de papéis sociais; são melhor preparados para a vida adulta, porque desde cedo assimilam que as pessoas, as famílias e os espaços sociais não são homogêneos e que as diferenças são enriquecedoras para o ser humano; adquirem experiência direta com a variedade das capacidades humanas; perdem o medo e o preconceito em relação ao diferente; desenvolvem a cooperação e a tolerância; adquirem grande senso de responsabilidade e melhoram o rendimento escolar. E, fatalmente, tornar-se-ão mais humanos, cooperativos e solidários.Tenho muita fé na mudança! Com certeza há luz no fim do túnel e a chama está nas mãos do professor.

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